Impactos positivos na história de vida de acolhidos e da própria família acolhedora
Na cidade de Valinhos, existe o Serviço de Acolhimento Familiar, voltado especificamente para crianças e/ou adolescentes que estejam em situação reconhecida de vulnerabilidade ou risco. Desenvolvido pela Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social, as famílias interessadas em participar deste Serviço passam por uma capacitação, e recebem acompanhamento da equipe técnica do serviço para oferecer suporte necessário em todas as etapas. O objetivo é garantir um ambiente de cuidado e proteção, em um lar temporário recebendo atenção individualizada.
Para esclarecer dúvidas comuns sobre os vínculos afetivos e o futuro dos acolhidos e das famílias envolvidas, a psicóloga Karen Cristina Costa Battaglin, do Serviço de Acolhimento Familiar, compartilha informações importantes que podem motivar mais pessoas a conhecer e apoiar essa iniciativa.
Qual a questão mais comum referente a ser um membro da família acolhedora?
A questão mais comum relacionada a ser um membro da família acolhedora é sobre o estabelecimento de vínculos. É destacado que se houver apego, isso significa que tudo está indo bem. A proposta é justamente desenvolver vínculos seguros, baseados no amor e no afeto, que serão fundamentais para a criança e/ou adolescente tanto durante o período de acolhimento como em sua vida futura.
O que significa criar vínculos ou se apegar nesta situação, em Família Acolhedora?
O apego, nesse contexto de família acolhedora, refere-se a um vínculo afetivo ou conexão entre a criança ou adolescente e a figura de cuidado (geralmente um responsável cuidador). Esses laços são baseados nas necessidades de segurança e proteção da criança, que são fundamentais durante a infância. A teoria do apego propõe que as crianças se apegam instintivamente a quem cuida delas, visando à sobrevivência e ao desenvolvimento físico, social e emocional.
Qual o objetivo principal desta atuação?
O objetivo principal da atuação de uma família acolhedora é proporcionar à criança ou adolescente um ambiente seguro e amoroso, que lhes permita se desenvolver, apoiados pela vida em família e comunidade, além de proporcionar ressignificar sua história de vida.
Como acontece a saída do acolhido para uma nova etapa da vida?
Quanto à transição para uma nova etapa da vida, quando a criança acolhida deixa a família acolhedora, são criados vínculos e memórias durante o período de acolhimento. A equipe busca proporcionar um período saudável e seguro em um ambiente familiar. Existe um preparo adequado para o momento em que a criança ou adolescente retornará para a família de origem, família extensa ou família substituta. É normal sentir saudade nesse processo, pois faz parte do relacionamento humano. Quando amamos, sentimos saudade, mas desejamos o melhor para a pessoa. Esse sentimento é amadurecido como parte natural e importante do processo.
Como acontece este preparo e capacitação?
A preparação e a capacitação ocorrem por meio de uma programação estratégica, com encontros que incluem equipe técnica e coordenação do serviço. Nesta capacitação são realizadas dinâmicas, apresentações e trocas de experiências com outras famílias que já atuaram ou estão capacitadas como famílias acolhedoras. Além disso, há um conjunto de informações específicas sobre o Serviço e o apoio contínuo oferecido durante todo o acolhimento. A família acolhedora é preparada para desempenhar um papel importante durante o período em que a criança estiver sob seus cuidados, proporcionando um ambiente seguro, amoroso e estável para seu desenvolvimento. O vínculo construído pode fazer uma diferença significativa no desenvolvimento da criança ou adolescente, além de possivelmente transformar e beneficiar a história da própria família acolhedora.
Oportunidade de capacitação
Em agosto, haverá nova oportunidade para as famílias interessadas conhecerem de perto como funciona o Serviço de Acolhimento Familiar. Após obterem as informações, poderão se inscrever na capacitação, que inclui cinco encontros de duas horas cada. A instituição ressalta que busca por pessoas comprometidas e interessadas em apoiar o futuro de crianças e adolescentes.
O Acolhimento Familiar é realizado pela Casa da Criança e Adolescente de Valinhos, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social. Os interessados em participar podem se inscrever no site e agendar uma visita prévia para um atendimento especializado com a equipe do Serviço. Para obter mais informações, é possível entrar em contato por e-mail: familiaccava@gmail.com, telefone (19) 3829-3410, WhatsApp (19) 98367-0113 ou acessar o site www.casadacriancaedoadolescente.org.br.

Composta por cinco encontros de duas horas cada, a capacitação realizada pela instituição promove a formação de novas famílias acolhedoras para o município de Valinhos
Ao participar dessa capacitação, cada participante terá a oportunidade de se conectar com histórias de vida, compartilhar afeto e desempenhar um papel essencial na construção de um futuro melhor para crianças e adolescentes. A coordenadora ressalta que o ato de acolher uma criança é um ato de amor incondicional que se trata de um benefício tanto para a criança, sua família e também para a comunidade.
Há 04 anos o serviço é coordenado por Silvana Mara Miranda. A área de psicologia segue sob responsabilidade de Laísla Gaspar de Souza e agora com o novo assistente social a equipe seguirá com a responsabilidade em atuar em um dos serviços essenciais desenvolvidos pela Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, em parceria com a Secretaria de Assistência Social.
A Instituição informa que o Acolhimento Familiar de Valinhos atua em todas as etapas previstas no serviço, desde a divulgação para que a informação correta chegue aos moradores do município e despertem o interesse em acolher e apoiar temporariamente crianças e adolescentes. O atendimento às famílias acolhedoras funciona 24 horas, para que elas possam exprimir suas expectativas, ter o suporte e apoio necessário para as demandas apresentadas pelas crianças e adolescentes durante o período de acolhimento.
Formada em Serviço Social, Sara atua no Instituto Fazendo História desde 2015 e atualmente segue como coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar. A organização, localizada na região central de São Paulo, realiza o processo de integral de capacitação e acompanhamento diário para atender anualmente mais de 30 acolhimentos de crianças e adolescentes.
“É um trabalho social de muito impacto. As Famílias Acolhedoras não acolhem somente uma criança, acolhem uma história, enquanto as Família Acolhedoras acolhem uma criança, a equipe técnica cuida da família de origem. Assim uma família pode apoiar a outra em um momento de dificuldade. Isso é um ato muito bonito de cidadania e de generosidade. Trata-se de uma atuação que tem começo, meio e fim, mas o impacto é para sempre. Vale muito a pena conhecer e ser Família Acolhedora”, explica Sara Luvisotto, Coordenadora do Instituto Fazendo História.
“Neste evento vamos abordar questões especificas fáceis de comprovar para fazer parte do Serviço de Acolhimento Familiar, como morar em Valinhos, concluir a capacitação, possuir um lar estável e seguro. No entanto, o mais importante a ser apresentado são os inúmeros benefícios que envolvem tanto as famílias como as crianças e adolescentes. Há muito amor envolvido e um crescimento do relacionamento humano aos que se dispõe a doar e trocar os melhores sentimentos. Trata-se de construir uma história única e positiva, que se perpetua na jornada de vida das pessoas envolvidas”, explica Silvana Miranda.
O recado que José Cordeiro deixa aos integrantes do Serviço de Acolhimento Familiar confirma o objetivo do trabalho de garantir o bem-estar de todos os envolvidos. “Temos gratidão à família que acolheu as nossas crianças, pedimos que todos sigam cuidando bem dos pequenos, como se fossem seus próprios filhos. Para quem, por ventura, precisar passar pelo que passamos, podemos dizer para se acalmar primeiro, conhecer o acolhimento familiar, buscar ajuda psicológica, espiritual e claro buscar melhorar, mudar de verdade a vida familiar, para ter essa satisfação que tivemos, de unir novamente a nossa família, de forma ainda mais forte e protegida”.