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VALINHOS

Dia Mundial do Acolhimento Familiar mobiliza a cidade

No dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial do Acolhimento Familiar, uma data que reconhece a importância das famílias que, com amor e responsabilidade, abrem as portas de suas casas para acolher temporariamente crianças e adolescentes afastados de seus lares por medida de proteção. Mais do que uma comemoração, essa data é um convite à reflexão sobre o valor do cuidado, da empatia e da solidariedade com aqueles que vivem situações de vulnerabilidade.

No Brasil, essa prática é prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei nº 8.069/1990, e tem sido cada vez mais estimulada como uma forma prioritária de proteção. O acolhimento familiar se baseia no princípio de que toda criança tem o direito de crescer em ambiente familiar, sendo uma alternativa mais individualizada e afetuosa.

“Nesta data queremos reforçar a necessidade de ampliar o número de famílias acolhedoras, de conscientizar e incentivar novos cuidadores além de fomentar políticas públicas que garantam os direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”, destaca Karen Battaglin, coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar de Valinhos.

Na Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, o Serviço de Acolhimento Familiar iniciou em dezembro de 2014, sendo um dos pilares essenciais no cuidado e proteção da infância. O programa visa garantir que crianças em situação de risco possam viver em um ambiente familiar, afetivo e seguro, enquanto suas famílias de origem recebem acompanhamento para que possam se reestruturar. Ao contrário de instituições tradicionais de acolhimento, a proposta oferece uma vivência mais próxima do cotidiano familiar, o que contribui significativamente para o desenvolvimento emocional e social da criança.

As famílias acolhedoras passam por um rigoroso processo de seleção, capacitação e acompanhamento contínuo por uma equipe técnica especializada. Esse suporte é fundamental para garantir que o acolhimento aconteça com qualidade e que tanto a criança quanto a família acolhedora se sintam amparadas durante todo o processo. O vínculo construído nesse período, mesmo sendo temporário, pode deixar marcas positivas para toda a vida. “O acompanhamento da equipe técnica do Serviço de Acolhimento é fundamental no processo de Acolhimento, pois auxilia a compreender as necessidades das crianças e podemos atender e direcioná-las conforme suas vivências e valores, sem esse suporte o trabalho seria bem mais desafiador”, afirma Myrian Arndt, que ao lado do marido Wesley Dias, participam do Serviço de Acolhimento Familiar.

A Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos acredita que acolher é um ato de amor transformador. Por isso, valoriza e incentiva a participação da comunidade nesse importante trabalho de proteção à infância. Celebrar o Dia Mundial do Acolhimento Familiar é também reconhecer o esforço e a dedicação dessas famílias que, com coragem e sensibilidade, contribuem para um futuro mais digno para tantas crianças.

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Acolhimento não é punição nem abandono. É proteção.

Ao pensar em uma criança ou adolescente afastado da família e vivendo em um abrigo, muitos ainda associam essa situação à ideia de punição, abandono ou mesmo de um fim triste. Mas essa visão está distante da realidade do acolhimento institucional, medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tem como objetivo justamente amparar e cuidar de quem mais precisa.

A Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos oferece um lar temporário e afetuoso para crianças e adolescentes em situação de risco, vítimas de negligência ou violência, enquanto a Justiça avalia as possibilidades de reintegração familiar ou encaminhamento para adoção. “O acolhimento não é punição nem abandono. É proteção. É um espaço onde as feridas são cuidadas com amor, com escuta, com respeito e acolhimento real”, explica Adriana Simões, coordenadora da instituição.

Ela lembra que o acolhimento só ocorre após decisão judicial ou em situações emergenciais, quando o Conselho Tutelar entende que a permanência da criança com a família representa risco à sua integridade. “É um momento delicado, em que precisamos garantir proteção e segurança. O objetivo é que a criança retorne ao convívio familiar assim que possível”, afirma.

Segundo Adriana, nem toda criança acolhida foi abandonada. Na maioria dos casos, os motivos estão ligados a violência doméstica, negligência ou incapacidade temporária dos responsáveis em exercer o cuidado. O acolhimento, portanto, é uma resposta humanizada a uma violação de direitos, nunca uma sentença ou um fim.

“É muito comum que as crianças se sintam culpadas, como se elas fossem o motivo da separação da família. Nosso trabalho é mostrar que a culpa não é delas e reconstruir sua autoestima”, diz. Essa reconstrução acontece por meio de uma equipe multidisciplinar que atua no dia a dia da instituição, oferecendo uma rotina estruturada e individualizada, apoio emocional, escuta, cuidado e, sobretudo, respeito à história de cada criança. Psicólogo, assistente social, pedagoga, educadores e voluntários formam uma rede de proteção que faz toda a diferença.

Contudo, o preconceito ainda é um desafio. Crianças e adolescentes acolhidos, especialmente os mais velhos, muitas vezes enfrentam o estigma social e o julgamento externo. Isso afeta sua autoestima e seu senso de pertencimento. Por isso, Adriana reforça a importância de mudar o olhar da sociedade sobre o acolhimento. “Precisamos entender que o abrigo é uma oportunidade. Uma chance para a criança se fortalecer e voltar para um lar – seja o de origem, o de parentes ou uma nova família por meio da adoção”, defende.

A ajuda da comunidade é fundamental

Adriana destaca que a sociedade tem um papel essencial nessa transformação: acolher, respeitar, apoiar e participar. “O voluntariado é uma forma linda de ajudar. Pode ser diretamente com as crianças, ou em outras ações, como ajudar em eventos, digitar notas fiscais, doar recursos ou tempo”, exemplifica.

A coordenadora faz um convite à população de Valinhos: “Venham conhecer a Casa. Deixem de lado os preconceitos e vejam o acolhimento como ele é: um ato de amor. Quem conhece, entende. E quem entende, apoia.”

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Aos 84 anos, voluntária do Janela Aberta revela laço transformador entre arte e infância

Humildade nas palavras e muito talento para transmitir sua experiência às crianças do Projeto Janela Aberta da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos. Formada em Artes, aos 84 anos, Eunice dos Santos Vaz compartilha todo o seu conhecimento com os alunos que frequentam a Oficina das Artes da instituição. “Na arte não tem certo ou errado. Cada um tem o seu dom. Nas minhas aulas, eu preparo um questionário, onde as crianças escrevem o que querem aprender. Pode ser uma pintura com guache, um desenho com lápis de cor. Para a próxima aula, por exemplo, eu fiz o desenho de uma janela e deixarei eles livres para desenharem o que eles queiram ver ao amanhecer após abrirem aquela janela”, conta a professora, que reside com a filha há pouco mais de sete meses em Valinhos.

Eunice nasceu em Santos e, por mais de 30 anos, faz trabalho voluntário, principalmente com crianças. “Em Santos, por muitos anos, eu trabalhei na alfabetização de crianças de pais analfabetos nas comunidades mais pobres. Quando vim para Valinhos, comecei a procurar e encontrei a Casa da Criança e Adolescente, onde me identifico muito. O acolhimento é fantástico. As crianças estão felizes e se comunicam através do olhar. São educadas e parecem que estão gostando das aulas”, destaca Eunice, que dá aulas às terças-feiras, das 15h às 16h30.

Na apostila dos alunos, que frequentam a Oficina das Artes, consta a seguinte frase: “A Arte existe porque a vida não basta”, do escritor e poeta maranhense, Ferreira Gullar, falecido em 2016. “Transmito a eles que a arte é uma maneira de expressão e que, através dela, a gente conhece a história de muitos povos. O meu trabalho é de formiguinha. Costumo dizer que não sou artista, eu ensino arte”.

Amizade com o Rei Pelé

Viúva há 18 anos, Eunice conta um fato curioso da época em que morava em Santos. “Há muitos anos nós convivemos com o Pelé, após ele parar com o futebol. Ele jogava tênis com meu marido no Clube Internacional de Regatas, lá em Santos, onde nós éramos sócios. Eu tenho até uma capa de raquete do meu marido que ele assinou. Eu comentei isso na primeira aula e os alunos ficaram eufóricos e curiosos. Tive que levar e mostrar pra eles verem a assinatura do Pelé. Ele assinava Edson Pelé.”

Eunice fala com orgulho dos seus 84 anos e do trabalho voluntário que realiza no Janela Aberta. “O maior exemplo que posso dar é a minha idade. Aos 84 anos, eu consigo fazer tudo isso porque Deus me deu o privilégio de ter saúde. Enquanto estou lúcida, saudável e com disponibilidade, por que não ajudar? Quando você quer, você pode. E eu quero compartilhar o meu conhecimento com muito amor para que as crianças possam aproveitar a vida. Eu não sei quem está ganhando mais, eles ou eu, pois o retorno que recebo é maravilhoso”, finaliza.

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Vivências da Família Acolhedora ganham destaque em exposição no Shopping Valinhos

A Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos realiza a segunda edição da exposição fotográfica itinerante Tecendo Novas Histórias, que estará em cartaz no Shopping Valinhos entre os dias 9 e 12 de maio. A mostra antecede a IX Semana da Família Acolhedora Valinhense e tem como objetivo dar visibilidade à história e à importância do Serviço de Acolhimento Familiar no município.

A exposição conta com cerca de 30 fotos inéditas conceituais, organizadas em “varais fotográficos” montados em estruturas de exposição. Os registros, feitos pela própria equipe técnica e pelas famílias acolhedoras, retratam o dia a dia, os vínculos afetivos e os aprendizados compartilhados no ambiente do acolhimento familiar.

“A proposta é sensibilizar a comunidade, aproximando o público da realidade do Serviço e promovendo uma compreensão mais humanizada sobre essa política pública essencial. A exposição convida o visitante a enxergar, com delicadeza e profundidade, o cotidiano de crianças acolhidas e das famílias que abrem suas casas e corações para o acolhimento”, explica Karen Battaglin, coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar de Valinhos.

Para a instituição além de celebrar histórias marcadas por afeto e transformação, a mostra também cumpre um papel estratégico de divulgação do programa Família Acolhedora, buscando atrair novos participantes e ampliar a rede de acolhimento no município.

A exposição seguirá em itinerância após sua passagem pelo shopping, como forma de alcançar mais pessoas e reforçar o convite para que a comunidade participe ativamente da Semana da Família Acolhedora, evento que integra o calendário oficial de Valinhos por meio da Lei Municipal nº 5.429/2017.

IX Semana da Família Acolhedora

A abertura oficial do evento ocorrerá no dia 13 de maio, às 19h, durante a Sessão Plenária na Câmara Municipal de Valinhos. A programação continua no dia 14 de maio, a partir das 14h, na Faculdade Anhanguera Valinhos, com uma tarde dedicada a debates e reflexões sobre o acolhimento familiar. O encerramento será no dia 15 de maio, às 19h, com uma roda de conversa sobre “Saúde Mental em Crianças e Adolescentes: um diálogo com cuidadoras(es) e profissionais. O encontro contará também com depoimentos de famílias acolhedoras, que compartilharão suas experiências no serviço.

Programação: 

  • 13/05 – 19h – Plenária da Câmara Municipal de Valinhos – Abertura oficial com autoridades e o presidente da Casa da Criança, Gustavo Toniatti.
  • 14/05 – a partir das 14h – Faculdade Anhanguera Valinhos – Debates e reflexões: com as presenças da secretária de Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos, Célia Leão, do promotor de Justiça, Dr. Márcio Clóvis Guimarães, e da assistente social Sara Luvisotto. 
  • 15/05 – 19 h – Roda de conversa, sob o tema “Saúde Mental em Crianças e Adolescentes: um diálogo com cuidadoras(es) e profissionais”, com a psicóloga e doutora em Psicologia, Juliana dos Santos Corbett e o depoimento de uma Família Acolhedora. 
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Maio Laranja e Feira de Ciências movimentam a Casa da Criança de Valinhos durante o mês de maio

Durante o mês de maio, a Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos promove uma programação especial por meio do Projeto Janela Aberta, em destaque para a campanha nacional “Maio Laranja”, em referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18 de maio). A iniciativa busca conscientizar a população sobre esse tema, com diversas ações voltadas à proteção, escuta ativa e fortalecimento dos direitos da infância e juventude.

A campanha é realizada em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação do município, e envolve atividades educativas, lúdicas e formativas com o objetivo de ampliar a rede de proteção e o acolhimento aos jovens atendidos pela instituição.

Ao longo do mês, as crianças e adolescentes participam de rodas de conversa, contação de histórias, leitura de livros temáticos, jogos e dinâmicas que abordam o direito à segurança, à proteção e à liberdade de expressão. Uma das atividades propostas é a criação de desenhos e ilustrações que representam lugares e situações em que se sentem seguros, estimulando o diálogo e o reconhecimento de sinais de alerta.

Para Lidiane Recco, coordenadora do Projeto Janela Aberta, a prevenção ao abuso e à exploração infantil constitui uma pauta de relevância inquestionável, que deve ser tratada de forma contínua ao longo de todo o ano. “A proteção integral de crianças e adolescentes não pode, em hipótese alguma, ser negligenciada. Somente por meio da atuação conjunta e comprometida é possível assegurar um ambiente seguro, acolhedor e propício ao pleno desenvolvimento. Essa diretriz representa um dos pilares fundamentais de nossa atuação permanente.”

Sobre o Maio Laranja

O mês de maio é amplamente reconhecido em todo o território nacional como o Maio Laranja, período voltado à conscientização, prevenção e enfrentamento do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes. O dia 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, conforme estabelece a Lei Federal nº 9.970/2000, com a finalidade de sensibilizar e engajar a sociedade brasileira na defesa dos direitos desse público.

Segundo informações da Organização Mundial da Saúde, os índices são preocupantes: milhões de crianças, em diversas partes do mundo, sofrem algum tipo de abuso, seja de natureza sexual, física ou emocional. No contexto brasileiro, centenas de crianças são vítimas de exploração sexual diariamente. No entanto, uma parcela significativa dessas ocorrências não é formalmente registrada, em razão do estigma social e do silêncio que ainda cercam o tema.

Feira de Ciências

Encerrando a programação de maio, a Casa da Criança e do Adolescente realizará no dia 31 a Feira de Ciências do Projeto Janela Aberta, com o tema “Ciência e Sustentabilidade: Transformando o Mundo com Criatividade”. O evento é voltado para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e terá duração de três horas, proporcionando um espaço de aprendizado e experimentação por meio de atividades práticas e interativas.

A feira incluirá a construção de robôs com materiais recicláveis, como papelão e garrafas PET, além de oficinas sobre a decomposição de resíduos e os efeitos das mudanças climáticas. Experimentos simples, como a simulação do ciclo da água, a criação de vulcões em erupção e a purificação de água com materiais acessíveis, também fazem parte da programação. Com isso, a instituição reafirma seu compromisso com o desenvolvimento integral dos jovens, estimulando a curiosidade científica, a consciência ambiental e o pensamento crítico de forma criativa e inclusiva.

“A Feira de Ciências tem como missão despertar o interesse pelas ciências e pela sustentabilidade desde cedo. As atividades foram pensadas para unir prática, diversão e aprendizado, além de desenvolver valores essenciais como o cuidado com o planeta e a criatividade, já que eles irão apresentar algo que eles aprenderam e construíram durante as atividades e compartilhando conhecimento com as pessoas próximas a eles”, explica Lidiane Recco.

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Desacolhimento por maioridade civil: desafios para jovens da Casa da Criança

O desacolhimento por maioridade civil é uma realidade desafiadora e muitas vezes invisível para os jovens que estão em abrigos e instituições de acolhimento. Quando completam 18 anos, esses adolescentes se veem diante de um momento crucial em suas vidas, o qual pode ser marcado por insegurança, medo e falta de preparação para os desafios da vida adulta. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esses jovens têm o direito de receber a proteção e o apoio necessários durante o processo de transição para a maioridade. No entanto, muitas vezes, a saída dos abrigos é marcada por uma sensação de desamparo, o que impacta sua integração social e profissional.

A pedagoga Renata Damas, da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, analisa que essa fase se torna um momento de muita ansiedade para os jovens. Ela descreve a sensação que esses adolescentes têm quando se aproximam do tão temido “18 anos”. “Quando penso no momento em que o jovem vai deixar o abrigo ao completar 18 anos, é como se esse momento fosse um monstro invisível que vai se aproximando devagar”, diz Renata. Ela enfatiza que, a partir dos 16 ou 17 anos, os jovens começam a perceber que a maioridade está próxima e, com ela, vem a grande dúvida: “E agora? O que será da minha vida?”

Mesmo diante desse cenário desafiador, a Casa da Criança busca fornecer suporte contínuo aos jovens que estão prestes a completar a maioridade. Renata destaca o trabalho da instituição em ajudar os adolescentes a se prepararem para o futuro, seja por meio de cursos profissionalizantes, atendimentos individuais e orientação financeira. “Tentamos fazer tudo o que podemos para ajudar nesse processo. Durante os atendimentos individuais, conversamos com cada um, buscamos entender seus gostos e interesses para direcioná-los em sua trajetória”, afirma a pedagoga.

No entanto, a realidade da maioridade civil nem sempre permite que todos os jovens saiam preparados. A pedagoga revela a complexidade dessa transição: “Quando chega o dia dos 18 anos, a realidade é difícil. O jovem começa a perceber que o abrigo, que sempre foi um lugar seguro, já não será mais sua casa.” Esse momento é marcado por uma fragilidade emocional, insegurança e o desconforto de uma transição. Infelizmente, há jovens que saem dos abrigos sem o suporte de uma rede de proteção robusta e oportunidades no mercado de trabalho.

Em muitos casos, essa falta de preparação leva a consequências graves. Como Renata Damas explica, “quando vemos alguém que não conseguiu se organizar, a tristeza e a impotência tomam conta”. Os jovens que não foram acolhidos no mercado de trabalho ou não conseguiram se dedicar aos estudos acabam saindo com baixa escolaridade e sem habilidades profissionais adequadas. Embora a Casa da Criança faça o possível para minimizar essas dificuldades, a falta de uma rede de apoio mais estruturada para a transição para a vida adulta continua sendo um grande obstáculo. Para a instituição o desacolhimento por maioridade civil, portanto, não é apenas uma questão de cumprir uma formalidade legal, mas de garantir que esses jovens, tão vulneráveis, tenham uma chance real de prosperar após a maioridade.

Empresas e pessoas físicas interessadas em apoiar os jovens que estão se preparando para deixar o acolhimento institucional, ou mesmo os que já completaram 18 anos, têm a oportunidade de fazer a diferença. Ao entrar em contato com a equipe da Casa da Criança, poderão se unir a um time de voluntários comprometidos com essa causa, contribuindo de forma significativa para o futuro desses jovens e oferecendo o suporte essencial para sua inserção social e profissional.

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A relação de gratidão entre avó e neto com o Janela Aberta

Íris Sousa Andrade chegou a Valinhos em 2007 com os filhos e foi apresentada à Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos pela sobrinha. Desde então, a relação com o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da instituição só cresceu. “Meus filhos se criaram no Janela Aberta. Dou nota 10 para esse projeto da Casa da Criança, que eu chamo de escola. Eu mesma já fiz curso no Janela de pintura de pano de prato e computação”, conta dona Íris, que há dois anos leva o neto Neythan Maurício Andrade da Silva, diariamente das 8 horas ao meio-dia, ao Janela Aberta para as oficinas culturais. “Ele gosta tanto do Janela que, quando precisa faltar, fica muito chateado. Adorou fazer aula de violino lá e atualmente está estudando tecnologia e inglês”, conta a avó.

As atividades culturais, em especial as aulas com instrumentos musicais, despertaram a paixão de Neythan pelo violino. “Ele queria um violino de qualquer jeito, mas era muito caro, e eu dizia a ele que, infelizmente, não dava para eu comprar. Mas não é que, no Natal, fizeram aquelas cartinhas ao Papai Noel e ele ganhou o tal violino que tanto sonhava. Ele pulava de alegria quando veio me contar”, lembra.

A gratidão está presente nas palavras desta baiana, nascida há 65 anos em Itaju do Colônia, município próximo da cidade de Pau-Brasil. “Eu nasci na roça e tive uma vida muito difícil. O tempo passou e tive muitos problemas com meu marido. Praticamente criei meus filhos sozinha. Fiz de tudo para dar educação a eles. Deus só me abençoou. E agora, sempre que preciso, tenho o apoio dessas meninas maravilhosas do Janela Aberta. Qualquer situação envolvendo meu neto, elas me ligam e me fazem participar de tudo”, destaca dona Íris, que trabalha como auxiliar de limpeza em uma empresa de Valinhos.

Neythan tem 12 anos e está cursando, no período da tarde, a sétima série na Escola Estadual Professora Maria Neiva A. Justo, em Valinhos. O sonho do menino é se tornar veterinário. “Ele sempre gostou de animais e, desde que ele veio morar comigo, após o falecimento da minha filha, há dois anos, em decorrência do câncer, eu sempre digo a ele que tem que estudar muito para ser alguém na vida. Eu mesma me formei no ano passado. Não sabia nem ler nem escrever e concluí o ensino fundamental em dezembro”, diz, orgulhosa.

Mesmo aos 65 anos, dona Íris ainda não se aposentou. “Eu pago aluguel e preciso trabalhar. Ainda não consegui me aposentar. Não recebo nenhuma ajuda do governo. O Janela Aberta me deu cesta básica, que me ajudou muito. Fiquei tão feliz! Elas sempre perguntam se estou precisando de alguma coisa, mas tenho vergonha de pedir. Mas sei que posso contar sempre com as meninas do Janela Aberta”, enfatiza, com a certeza de que jamais ficará desamparada pela Casa da Criança.

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Casa da Criança promove a IX Semana da Família Acolhedora

A Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos promoverá, nos próximos dias 13, 14 e 15 de maio, a IX Semana da Família Acolhedora Valinhense, reforçando o compromisso da comunidade com a proteção da infância e adolescência. Instituída no calendário pela Lei nº 5.429, de 27 de abril de 2017, o evento tem como objetivo principal promover o cuidado, a conscientização e a divulgação da política pública do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora no município.

“A Semana da Família Acolhedora faz parte do calendário de eventos da cidade e o propósito consiste em divulgar a política pública executada pela instituição Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos”, destaca Karen Battaglin, coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar, da Casa da Criança.

A abertura oficial do evento será realizada no dia 13 de maio, às 19h, durante a Sessão Plenária na Câmara Municipal de Valinhos, com a fala de Gustavo Toniatti, presidente da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos.

A programação segue no dia 14 de maio, a partir das 14h, nas dependências da Faculdade Anhanguera Valinhos, com uma tarde de debates e reflexões. Os destaques ficam por conta das presenças da Secretária de Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos, Célia Leão, que apresentará a importância do acolhimento familiar como política pública, e do promotor de Justiça, Dr. Márcio Clóvis Guimarães, que abordará a relevância do acolhimento familiar para o município. A assistente social Sara Luvisotto, que há 18 anos atua nos Serviços da Alta Complexidade do Sistema Único da Assistência Social na cidade de São Paulo, sendo também coordenadora de projetos apoiando a implantação, formação e supervisão de Serviços de Acolhimento em todo Brasil, também contribuirá com sua experiência, trazendo importantes aspectos sobre o tema.

Encerrando a programação, no dia 15 de maio, às 19h, será realizada uma roda de conversa sobre o tema “Saúde Mental em Crianças e Adolescentes: um diálogo com cuidadoras(es) e profissionais”, conduzida pela psicóloga e doutora em psicologia Juliana dos Santos Corbett. O momento também contará com depoimentos emocionantes de famílias acolhedoras que compartilham suas vivências no serviço.

A Semana da Família Acolhedora é uma iniciativa que visa sensibilizar a sociedade sobre a necessidade do cuidado, proteção e um lar temporário a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, fortalecendo a rede de apoio e ampliando o alcance dessa política pública essencial. As vagas são limitadas e podem ser reservadas por meio do link disponibilizado pela rede social da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos. “Participe da Semana da Família Acolhedora e venha se emocionar com relatos de histórias empáticas que transformaram vidas. Cada um de nós pode e deve fazer a diferença”, conclui Karen Battaglin.

Programação: 

  • 13/05 – 19h – Plenária da Câmara Municipal de Valinhos – Abertura oficial com autoridades e o presidente da Casa da Criança, Gustavo Toniatti.
  • 14/05 – a partir das 14h – Faculdade Anhanguera Valinhos – Debates e reflexões: com as presenças da secretária de Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos, Célia Leão, do promotor de Justiça, Dr. Márcio Clóvis Guimarães, e da assistente social Sara Luvisotto. 
  • 15/05 – 19 h – Roda de conversa, sob o tema “Saúde Mental em Crianças e Adolescentes: um diálogo com cuidadoras(es) e profissionais”, com a psicóloga e doutora em Psicologia, Juliana dos Santos Corbett e o depoimento de uma Família Acolhedora. 

Inscrições limitadas disponíveis por meio do link na rede social da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos.

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“Noite do Bem Bom” celebra 18 anos com solidariedade, emoção e homenagens

A tradicional “Noite do Bem Bom” chega à sua 18ª edição no próximo dia 24 de maio, prometendo mais uma noite inesquecível de solidariedade, boa música e gastronomia. Realizado no Clube Atlético Valinhense, o evento tem início às 20 horas e reforça seu papel como um dos principais momentos do calendário beneficente de Valinhos, reunindo amigos, parceiros e apoiadores da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos.

O jantar será preparado pelos já conhecidos “Cozinheiros do Bem”, grupo de voluntários que, com talento e carinho, proporcionam um verdadeiro banquete aos convidados. A animação da festa ficará por conta da banda Melbourne, que possui um repertório diferenciado. Mais do que um evento social, a Noite do Bem Bom é um grande gesto coletivo em prol das crianças e adolescentes atendidos pela instituição.

Este ano, o encontro terá um tom especial de emoção e reverência, com diversas homenagens ao fundador Anélio Zanuchi, que faleceu em outubro de 2024. Anélio foi um dos pilares da iniciativa e, por mais de três décadas, inspirou todos ao seu redor com seu comprometimento e generosidade.

“Em especial este ano, temos uma importante missão: mantermos a alegria de estarmos juntos, mesmo com a partida de nosso querido Anélio Zanuchi, e seguirmos firmes nesta jornada segundo seu exemplo de amor ao próximo e unidos buscando um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes”, destaca Wanda Dini, diretora da Casa da Criança, que coordena a equipe de voluntários.

Cozinheiros do Bem

Outro detalhe interessante é que foi através do jantar oferecido na “Noite do Bem Bom”, que surgiu a iniciativa da criação do Cozinheiros do Bem. Quem conta é Éder Trevisan, fundador do grupo e também diretor voluntário da Casa da Criança: “O cardápio especial é elaborado há mais de 10 anos, sempre com muita dedicação e carinho, atendendo ao gosto pessoal do Anélio, que fazia questão de sempre jantar conosco no fim da noite”, ressalta Éder, acrescentando “acredito que também será muito bom neste ano, pois ele estará olhando lá de cima e nos dando força pra seguir com seu legado.”

O cardápio da “Noite do Bem Bom” terá antepastos como entrada e no prato principal fettuccine na manteiga, polpetone recheado ao molho rústico, frango ao creme suíço, arroz e legumes na manteiga, além da sobremesa.

O convite custa 140 reais e pode ser adquirido através dos telefones: (19) 3871-0546, (19) 3869-5654 e (19) 99576-6257 (WhatsApp). A arrecadação da Noite do Bem Bom é destinada à manutenção dos serviços prestados pela Casa da Criança e do Adolescente, que há décadas atua na promoção de direitos e no acolhimento de jovens em situação de vulnerabilidade. A “Noite do Bem Bom” é mais que um evento: é um ato de amor coletivo que transforma vidas.

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Valorização e reconhecimento da atuação das mulheres na Casa da Criança

Em março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, uma data histórica que simboliza a luta pela valorização e pelos direitos das mulheres. Na Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, a data ganha uma relevância ainda maior, ao destacar o papel essencial das mulheres na garantia dos direitos das crianças e adolescentes da cidade.

Historicamente, as mulheres sempre desempenharam funções essenciais no cuidado e bem-estar familiar, muitas vezes sem o devido reconhecimento. A invisibilidade do trabalho feminino é uma questão abordada, inclusive, em vestibulares, refletindo uma realidade que continua a gerar discussões e reflexões por todo o Brasil. Dados do IBGE demonstram que as mulheres representam 51,2% da população brasileira. No mercado de trabalho, 43,3% das mulheres estão empregadas, sendo que 26% delas são chefes de família. Além disso, as mulheres têm mostrado uma crescente participação no ensino superior, representando 58,5% das matrículas, um reflexo claro do esforço contínuo para alcançar uma educação de qualidade.

Na Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, 35 mulheres e 11 homens formam a equipe que trabalha incansavelmente para garantir o bem-estar e os direitos das crianças e adolescentes. A maior parte dessa equipe é composta por mulheres, que somam forças para transformar vidas e oferecer um futuro melhor para a cidade. Confira a distribuição:

  • Serviço de Acolhimento Institucional: 22 mulheres (73%) e 8 homens (27%)
  • Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – Janela Aberta: 10 mulheres (91%) e 1 homem (9%)
  • Serviço de Acolhimento Familiar: 3 mulheres (60%) e 2 homens (40%)
  • Voluntariado: 180 mulheres (75%) e 60 homens (25%), inscritos.

Para a instituição, esses números evidenciam o esforço diário das mulheres, que desempenham papéis fundamentais na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Registram assim que elas são profissionais dedicadas, cuidadoras, educadoras e voluntárias que, com sensibilidade e comprometimento, lidam com situações delicadas na vida de crianças e adolescentes.

Empoderamento Feminino

Adriana Simões, coordenadora da Casa da Criança e do Adolescente, destaca a importância do empoderamento feminino, especialmente das mães, para que elas acreditem em si mesmas e busquem relacionamentos saudáveis e respeitosos, não abusivos. “A representatividade das mulheres nas áreas profissional, política e social é crucial para a segurança e qualidade de vida das famílias. Garantir os direitos das mulheres é essencial para a construção de uma sociedade mais igualitária e com melhores oportunidades para todos”, afirma Adriana.

Ela também reforça que o trabalho das mulheres na Casa da Criança vai além de funções administrativas e técnicas, refletindo diretamente a missão da instituição: “As mulheres que trabalham conosco traduzem a nossa missão institucional, que é oferecer um espaço de proteção, educação e cidadania para crianças, adolescentes e suas famílias.”

Os serviços da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, como o Serviço de Acolhimento Institucional, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e o Serviço de Acolhimento Familiar, são realizados em parceria com a Prefeitura Municipal de Valinhos, por meio da Secretária Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação. Para obter mais informações e apoiar a instituição, entre em contato pelos telefones (19) 3871-0546 / 3869-5654.

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