O Dia Internacional da Felicidade, celebrado em 20 de março, tem como propósito refletir sobre a importância da felicidade na vida das pessoas. A definição de felicidade, no entanto, vai além das conquistas pessoais ou momentos de prazer momentâneos. Como destacou o escritor Érico Veríssimo no romance “Olhai os Lírios do Campo” (1938): “Felicidade é a certeza de que nossa vida não está se passando inutilmente”.
Esse conceito é exemplificado de maneira clara por pessoas que dedicam seu tempo e energia a fazer o bem para os outros, como os voluntários da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos. “É inexplicável o bem-estar emocional que sentimos ao fazer o bem ao próximo. É a oportunidade de doar meu tempo em busca de uma sociedade mais justa. E a gente recebe muito mais do que doa”, ressalta Wanda Dini, que está na Casa da Criança há 22 anos e comanda o grupo de voluntários da instituição, que atualmente conta com 240 cadastrados.
Para o voluntariado da instituição, a felicidade, que surge quando se pratica o bem, transcende o ato em si e gera um impacto profundo e duradouro no cotidiano das pessoas. A cada ação altruísta, a sensação de felicidade cresce, pois ao ajudar o outro, a pessoa também se sente mais conectada ao mundo ao seu redor. É uma felicidade que é compartilhada, não individualizada, criando uma rede de positividade que se espalha por aqueles que se envolvem nesse tipo de prática. “Existem os hormônios da felicidade. Por esta razão, ser voluntário beneficia a saúde física também. Ficamos mais resistentes às doenças. Isso é cientificamente comprovado”, argumenta Eliana Stromberg, voluntária da Casa da Criança há quatro anos, e que também trabalha para grandes empresas dando palestras sobre “Felicidade Corporativa”.
Solidariedade e empatia
No caso dos voluntários da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, o prazer de contribuir para o bem-estar das crianças e adolescentes não apenas proporciona uma sensação de realização pessoal, mas também gera um ambiente mais harmônico e solidário. Esse tipo de trabalho exige dedicação e empatia, mas os voluntários frequentemente relatam que a felicidade que sentem ao ver o sorriso de uma criança ou ao perceber o impacto positivo de suas ações vai muito além de qualquer recompensa material. “Aqui oferecemos um olhar amoroso e de muito respeito às crianças e aos adolescentes. Eles se sentem acolhidos. O trabalho dos voluntários impacta a todos. Procuramos fazer com que a infância dessas crianças seja repleta de felicidade”, destaca Camila Marques, psicóloga da Família Acolhedora.
Em termos práticos para a palestrante, a felicidade gerada pela ação voluntária reflete diretamente na qualidade de vida das pessoas. A alegria de contribuir com o bem-estar de alguém cria um ciclo positivo que beneficia tanto quem recebe ajuda quanto quem a oferece. Isso pode levar a uma maior sensação de propósito e satisfação pessoal, criando um ambiente mais saudável e uma vida mais rica em significado. “A Ciência diz que fazer o bem aos outros contribui para a nossa própria felicidade nos dando um sentido maior e um significado para nossas vidas”, afirma Eliana Stromberg.
Para se juntar ao time de voluntários da Casa da Crianças, e desfrutar deste de sentimento de felicidade, é simples. Basta entrar em contato e fazer o cadastro. E se engana quem acredita que esta ação precisa ser somente presencial. “Busque uma maneira de ser voluntário. Não precisa estar presente aqui na Casa da Criança. Pode ser dentro da sua casa e no seu tempo”, explica Wanda Dini.
Os serviços da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, como o Serviço de Acolhimento Institucional, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e o Serviço de Acolhimento Familiar, são realizados em parceria com a Prefeitura Municipal de Valinhos, por meio da Secretária Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação. Para obter mais informações e apoiar a instituição, entre em contato pelos telefones (19) 3871-0546 / 3869-5654, pelo WhatsApp (19) 99576-6257.

A nova sala de informática está equipada com mesas, cadeiras, 16 computadores, nobreak, fones de ouvido, datashow e quadro branco, preparada para oferecer oficinas de multimídia para adolescentes e jovens adultos da comunidade. A instituição busca voluntários que possam ministrar oficinas, mesmo que pontuais, abordando temas como profissões, montagem de currículos e busca de oportunidades na internet.
Sônia Juliatto, voluntária dedicada há mais de cinco anos, reserva um domingo por mês para levar os acolhidos da instituição em passeios. “Já visitamos diversos lugares, como cinema, festas típicas, sítios, parques, jogos de futebol e planetário. Organizamos os passeios em conjunto com os educadores e a pedagoga da instituição, sempre pensando em locais e filmes apropriados para cada faixa etária. Gosto de incluir pipoca, guloseimas e sucos, para tornar o momento ainda mais especial. É um prazer genuíno passear com eles, as crianças adoram sair com a gente. Esse é um momento em que podem se divertir, conversar e pensar em outras coisas, como é o direito de toda criança e adolescente. Evitamos questionar, é um momento de lazer, a conversa ocorre de forma espontânea, e cabe a nós voluntários ampliar a escuta ativa, respeitar e acolher”, explica Sônia.
Voluntáriado
O Prêmio VOL, que elege os melhores programas de voluntariado, é conferido à Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, pelo segundo ano consecutivo. Vencedora na categoria “Melhor Gestão de Programas de Voluntariado OSC’s”, a instituição recebe o selo deste prêmio que tem vigência por todo ano de 2023, ano de efeméride da Casa da Criança que completa 30 anos da sua fundação em Valinhos.
“A Casa da Criança de Valinhos foi idealizada por voluntários e hoje, há quase 30 anos, comemora seguindo com esse forte pilar em suas frentes de trabalho por ter entre suas prioridades de gestão a transparência, a ética e a participação do voluntariado em diversas atuações. A essência do voluntariado está presente na diretoria, eventos, artes, bazar, cozinha, atividades culturais, e muito mais, sempre inovando e valorizando estas pessoas que doam parte da sua vida, com o melhor que há nelas, com seu tempo, amor e talento. Meu maior presente é esse reconhecimento e seguir contando com o compromisso dos voluntários com a nossa causa, com o futuro, para uma sociedade melhor.”
“Sempre avaliei como importante as causas sociais e ambientais. Entendo que é fundamental termos uma atuação para contribuir com a sociedade, com seu entorno, com o mundo. Enquanto agrônoma, já trabalhava com comunidades, desenvolvendo artesanato sustentável. No Grupo Margaridas encontrei afinidade com a causa, com os trabalhos e com as pessoas. Penso que para ser voluntário é necessário gostar muito do que se propõe a fazer, ter comprometimento total, compromisso mesmo com a atuação proposta. Na Casa da Criança somos muito valorizadas, reconhecidas, e também apoiadas para apresentar essa entrega responsável”, explica a voluntária.
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