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Adolescentes e as redes sociais

Por Gabriel de Sousa Vieira

CRP 06/140207

Psicólogo do Acolhimento da Casa da Criança de Valinhos

As redes sociais são uma realidade entre os adolescentes, e lidar com esta questão é um desafio para pais e educadores. Com o início da pandemia, isto se tornou ainda maior, pois o convívio virtual tomou o lugar do convívio real, por conta da necessidade de distanciamento social e das restrições de circulação. No contexto de um serviço de acolhimento institucional, não é diferente. As crianças e adolescentes fazem uso dos eletrônicos – televisão, computador, videogame, celular – e as regras de utilização são adaptadas ao contexto de uso coletivo de um abrigo.

Primeiramente, seja na realidade institucional ou em qualquer outro cenário, é importante respeitar a faixa etária e o grau de maturidade de cada criança. É importante avaliar como elas relacionam no mundo real, isto dá indícios de como irão se comportar no mundo virtual. Independentemente da faixa etária, a falta de maturidade pode acarretar no uso inadequado dos recursos digitais, além de expor as crianças a riscos comuns a este ambiente.

Privacidade e acompanhamento

Por isso a necessidade de monitorar, e é possível fazer isto sem invadir a privacidade das crianças. No serviço de acolhimento, a equipe de educadores é orientada a fazer uma aproximação saudável do universo das crianças e adolescentes. Através do vínculo afetivo, conversar e procurar saberem o que elas fazer no computador, quais jogos gostam, com quem conversam. Quando o vínculo é estabelecido, isto passa a acontecer de forma natural.

Um tema que sempre gera conflito é o tempo de uso. Alguns especialistas dizem que o “tempo de tela” para crianças deve ser restrito a uma hora por dia, outros, três horas, alguns acham que pode se estender mais. Não há um consenso, porém, é um fato de que o uso dos eletrônicos deve ser combinado com a realização de outras atividades, e sempre após a realização das obrigações de cada um. Primeiro as tarefas escolares e a organização dos pertences pessoais, depois as atividades de lazer, sempre alternando o uso de eletrônicos com a leitura, os jogos coletivos, as atividades laborais, etc.

No serviço de acolhimento esta divisão do tempo ainda mais importante, visto que as crianças devem compartilhar os aparelhos com seus colegas. Esta tarefa nem sempre é fácil, mas sempre são incentivados a buscar a solução para a organização do tempo sozinhos, discutindo entre si, assim, desenvolvem a autonomia e a capacidade de resolução de conflitos.

Lidar com esta questão é um desafio, mas esta é a realidade, e precisamos buscar recursos para lidar com estes desafios. Que possamos superar esta pandemia, para podermos voltar a dividir o convívio virtual com o real.