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Família Acolhedora: atuação em qualquer idade

Aos 76 anos, moradora de Valinhos venceu a depressão ao conhecer o serviço

Assista aqui a entrevista exibida na TV Rede Século 21

Para atuar no Serviço de Acolhimento Familiar, por lei, a partir dos 18 anos, tendo o perfil necessário e morar na mesma cidade do acolhido poderá ingressar no programa. Para Ogeny de Oliveira Franklin, a possibilidade chegou aos 76 anos. O Serviço de Acolhimento Familiar de Valinhos é desenvolvido pela Casa da Criança, em parceria com a Secretária de Assistência Social do município.

Servidora aposentada da Universidade de São Paulo, Ogeny ingressou, em 2020, no programa de formação da Família Acolhedora. Neste ano, de abril a agosto, a moradora de Valinhos, pôde receber duas crianças, irmãs de 8 e 10 anos de idade.

Viúva há cinco anos, Ogeny conta que tem três filhas e dois netos, que moram na cidade, mas optou por morar sozinha para seguir com sua independência e autonomia. “Sempre fui uma pessoa muito dinâmica, mesmo após a aposentadoria empreendi no comércio e em outras frentes de trabalho. Fiquei casada por 47 anos, quando fiquei viúva meu mundo mudou radicalmente. Percebi que estava entrando em um processo de depressão, muitas vezes dormia o dia inteiro. Tudo começou a mudar quando conheci o trabalho da Família Acolhedora de Valinhos, graças ao apoio valoroso da equipe técnica, com a incansável disposição de ajudar, orientar e aconselhar, pude descobrir a oportunidade que transformou não somente a vida das crianças, mas a minha vida também. Meu coração voltou a transbordar de amor, um sentimento despretensioso, que expande para o mundo”, relata Ogeny.

Quando recebeu as crianças, Ogeny conta que conversou com as irmãs para que elas pudessem entender que ali seria a casa delas também, por alguns meses, até que a sua família de origem pudesse se reorganizar para recebê-las de volta. “Elas conviveram com a minha família, meus netos, quase da mesma idade, e todos ficaram muito amigos. Passamos juntas por desafios para acompanhar as atividades remotas da escola, acessar às inúmeras informações de grupos do colégio, consegui apoiá-las nas lições, reorganizei toda a minha rotina, cozinhar e de arrumar a casa, pois não tenho empregada. Todo o processo foi de aprendizado e imensamente gratificante, desde a adaptação, vivências, construção do relacionamento, até a partida delas para a casa da mãe, pois cumpri com o meu compromisso, da melhor forma possível e agora sei que elas podem seguir vivendo bem com a família.”  

A moradora de Valinhos explica que reconhece a importância da experiência e recomenda às pessoas que possam conhecer e atuar no Serviço de Acolhimento Familiar, não por ser um favor ou caridade, mas sim por atuar como cidadã. “Sei que é uma fase importante da vida delas, uma vez ouvi a comparação com a profissão de biólogos que cuidam de passarinhos quando estão fora do ninho original, até que eles possam aprender a voar, isso também é um ato de cidadania e amor. Devemos fazer o bem pelo bem, sem vaidade, sem qualquer pretensão ou esperar algo em troca. Colocar amor em tudo que se faz é fundamental, a recompensa é inesquecível e chega de forma inesperadamente grandiosa. Acredito que Deus colocou o amor como um solvente, tirando as manchas mais profundas da alma, do coração e ainda permite que possamos apoiar outros corações. Vou continuar atuando como Família Acolhedora até quando eu puder”, conclui Ogeny.

Os interessados em obter mais informações, apoiar e fazer parte como Família Acolhedora  podem entrar em contato por e-mail: familiaccava@gmail.com, através do telefone (19) 3829-3410 ou WhatsApp (19) 98367-0113.