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A relação de gratidão entre avó e neto com o Janela Aberta

Íris Sousa Andrade chegou a Valinhos em 2007 com os filhos e foi apresentada à Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos pela sobrinha. Desde então, a relação com o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da instituição só cresceu. “Meus filhos se criaram no Janela Aberta. Dou nota 10 para esse projeto da Casa da Criança, que eu chamo de escola. Eu mesma já fiz curso no Janela de pintura de pano de prato e computação”, conta dona Íris, que há dois anos leva o neto Neythan Maurício Andrade da Silva, diariamente das 8 horas ao meio-dia, ao Janela Aberta para as oficinas culturais. “Ele gosta tanto do Janela que, quando precisa faltar, fica muito chateado. Adorou fazer aula de violino lá e atualmente está estudando tecnologia e inglês”, conta a avó.

As atividades culturais, em especial as aulas com instrumentos musicais, despertaram a paixão de Neythan pelo violino. “Ele queria um violino de qualquer jeito, mas era muito caro, e eu dizia a ele que, infelizmente, não dava para eu comprar. Mas não é que, no Natal, fizeram aquelas cartinhas ao Papai Noel e ele ganhou o tal violino que tanto sonhava. Ele pulava de alegria quando veio me contar”, lembra.

A gratidão está presente nas palavras desta baiana, nascida há 65 anos em Itaju do Colônia, município próximo da cidade de Pau-Brasil. “Eu nasci na roça e tive uma vida muito difícil. O tempo passou e tive muitos problemas com meu marido. Praticamente criei meus filhos sozinha. Fiz de tudo para dar educação a eles. Deus só me abençoou. E agora, sempre que preciso, tenho o apoio dessas meninas maravilhosas do Janela Aberta. Qualquer situação envolvendo meu neto, elas me ligam e me fazem participar de tudo”, destaca dona Íris, que trabalha como auxiliar de limpeza em uma empresa de Valinhos.

Neythan tem 12 anos e está cursando, no período da tarde, a sétima série na Escola Estadual Professora Maria Neiva A. Justo, em Valinhos. O sonho do menino é se tornar veterinário. “Ele sempre gostou de animais e, desde que ele veio morar comigo, após o falecimento da minha filha, há dois anos, em decorrência do câncer, eu sempre digo a ele que tem que estudar muito para ser alguém na vida. Eu mesma me formei no ano passado. Não sabia nem ler nem escrever e concluí o ensino fundamental em dezembro”, diz, orgulhosa.

Mesmo aos 65 anos, dona Íris ainda não se aposentou. “Eu pago aluguel e preciso trabalhar. Ainda não consegui me aposentar. Não recebo nenhuma ajuda do governo. O Janela Aberta me deu cesta básica, que me ajudou muito. Fiquei tão feliz! Elas sempre perguntam se estou precisando de alguma coisa, mas tenho vergonha de pedir. Mas sei que posso contar sempre com as meninas do Janela Aberta”, enfatiza, com a certeza de que jamais ficará desamparada pela Casa da Criança.